Não sei se é por nos últimos tempos ter trocado a cerveja pelo carioca de limão, porque está frio e o café à noite não me deixa ir dormir às 22h, mas esta coisa da geração à rasca não me inspira.
Não é pelo argumento da comparação autoritária que estrangula imediatamente o debate, que cai morto graças a banalidades acerca do Ultramar. Também não é pelo argumento utilizado pelos pseudoprecupados com os mais frágeis deste mundo cão, atirados para fábricas em condições miseráveis.
Mundo cão por mundo cão, partilhamos o mesmo, é-me igual.
E não é sobretudo por me fartar de assinar contratos milionários em agências de comunicação graças ao meu fantástico trabalho e dedicação largamente reconhecidos pelos grandes cérebros financeiros deste país.
É pelo termo. À rasca vai bem com outras palavras bonitas como "mijar". Certo, é uma palavra querida do povo português, que tem orgulho naquela que diz ser a sua melhor qualidade, "desenrasca". Tem o mesmo sufixo. Mas à rasca tresanda a pedinchice. E infelizmente não nos diferencia de nada. À rasca não é objectivo para ninguém. É um mau ponto de partida. Ir para a guerra à rasca é capaz de ser parvo. Mas ir para lá gritar que se está mesmo à rasquinha é burrice. Mais vale estar quieto
Chamem-me snob. Mas à rasca não, por favor.
Falta-nos um objectivo. Falta-nos saber dizer o que queremos e não apenas o que somos. Ou seremos sempre a esganiçada dos "Deolindos" ou o rapazinho de bigode e Raybans.
Falta-nos poesia. Falta-nos inspirar os outros com a nossa luta, com a nossa guerra. Falta-nos crescer. Só um bocadinho.